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Paula Cabral Eterovick (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)

Como foi o início da sua carreira e quais as principais motivações para trabalhar com os anfíbios?

 

Eu sempre gostei de qualquer assunto relacionado à vida silvestre (especialmente anfíbios) desde criança, mas tive pouca ou nenhuma orientação profissional. Apenas alguns meses antes do vestibular tomei conhecimento da profissão de biólogo e, imediatamente, soube que era exatamente o que eu queria. Já entrei na universidade sabendo que queria fazer pesquisa envolvendo anfíbios, e assim segui direto para o mestrado, doutorado e meu primeiro emprego, no qual estou até hoje.

 

Quais foram as principais conquistas da sua carreira? Qual é o seu trabalho que considera mais importante?

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Seria difícil escolher um único trabalho, há vários que considero especiais por diferentes motivos. Cada um envolve conquistas em termos de aprendizado, colaborações (que viram amizades), respostas... um evento que considero como marco na minha carreira foi o convite para “Plenary Speaker” no Congresso Mundial de Herpetologia na China (2016). Fiquei extremamente emocionada por tamanho reconhecimento e, coincidentemente, ou não, várias coisas maravilhosas se seguiram, incluindo convites para outras palestras, colaborações... e tudo me motiva ainda mais a tentar ser melhor.

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Quais foram os principais desafios? Ser mulher fez alguma diferença com relação a eles?

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O principal desafio para mim é conciliar tantas tarefas que fazem parte da vida de professora de pós-graduação, e ainda ter uma vida pessoal (o que fica incrivelmente mais difícil com crianças). Eu poderia citar isso como um desafio de ser mulher, mas as recompensas são tão maiores, que eu jamais pensaria nisso como algo negativo nem por um segundo. Eu amo ser mulher!

 

Que experiência, dica ou conselho você gostaria de passar para aqueles que estão começando a estudar os anfíbios, principalmente para as mulheres?

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Meu conselho para futuros herpetólogos e herpetólogas: acreditem nos seus sonhos e lutem por eles! Fiquem longe de pessoas que tentem colocar vocês para baixo, algumas fazem isso até sem perceber. Homens e mulheres, somos diferentes biologicamente e somos produto de milhões de anos de evolução - isso não é ruim, é maravilhoso, pois ambos temos nossos pontos fortes e, unidos, nos completamos - afinal, evoluímos e sobrevivemos juntos. Devemos ser “iguais” sim, mas no que se refere ao respeito, assim como pessoas de todas as cores, de todas as orientações sexuais. Isso é o que falta no Brasil de hoje, onde nem mesmo as opiniões divergentes são respeitadas. Por isso, acreditem em vocês: cada um é especial do seu próprio jeito e cada um tem a oportunidade de usar esta vida para buscar seus próprios sonhos e respeitar os dos outros, porque ninguém fará isso por nós.

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Entrevista publicada em Outubro/2018.

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Ir para a próxima entrevista (Vera Lucia Ferreira Luz).

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